sexta-feira, julho 07, 2006

Se eu fosse um dia o teu olhar...


Frio, o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar.

Quente,
O chão

Onde te estendo

E te levo a razão.

Longa a noite
E só o sol

Quebra o silêncio,

Madrugada de cristal.

Leve, lento, nu, fiel

E este vento
Que te navega na pele.

Pede-me a paz

Dou-te o mundo

Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,

Se eu fosse um dia o respirar

E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,

E tu as minhas mãos também,

Se eu fosse um dia o respirar

E tu perfume de ninguém.

Sangue, Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz, Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a
pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,

Se eu fosse um dia o respirar

E tu perfume de ninguém.

Se eu fosse um dia o teu olhar,

E tu as minhas mãos também,

Se eu fosse um dia o respirar

E tu perfume de ninguém.


Pedro Abrunhosa


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